sábado, 22 de outubro de 2011

A ENXURRADA


A enxurrada cai do céu
e vem descendo até chegar ao chão.

A enxurrada lava a alma
e rega o verde e o cinza,
dos dois atuais tipos de vegetação.

Ela não só rega.
Ela também leva e carrega
o lixo e o concreto
da desvairada
nossa toda produção.

Ela turba e destrói
aquilo que há tempos nos corrói.

Ela inunda e apavora,
diferentemente das alegrias de outrora,
de um tempo
em que havia,
muito menos devastação.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

VULCÕES URBANOS


Pow!

Vulcões urbanos.

Ou seria melhor chamá-los géisers do asfalto plano?


Prefiro a primeira opção,

Ainda que contrarie a lei da gravidade.


Desses novos vulcões,

escorre sua lava negra.

Negra, suja e fétida.


Lava essa não fruto do magma profundo do interior do Globo,

mas fruta estragada oriunda do acúmulo dos dejetos de nosso cotidiano.


Ela exala não o fétido, porém natural enxofre dos imprevisíveis e tradicionais vulcões;

mas sim o indignantemente fedido odor, oriundo do podre gás metano.


Ele denuncia a avalanche de porcarias concretas,

as quais revelam as porcarias secretas

do descaso e do falido administrar da vida

do ser humano.

domingo, 2 de outubro de 2011

A FAMOSA PRAÇA MAUÁ


Seja na cidade de Santos, do Rio ou talvez em qualquer outro lugar

ali está ela, a praça chamada Mauá.


Turbulenta, empoeirada, sombria...

ou calma, acolhedora, bela...


Tanto faz, não importa.

No centro dessas cidades

lá está ela:

bela ou feia;

limpa ou suja;

calma ou frenética;

clara ou sombria;

bem cuidada ou não.


Todas, bem perto do porto,

Grande ou pequeno,

Santos ou Rio,

refletindo,

o vai e vem,

de sua população.