quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

QUE VENHAM AS CINZAS!



A viúva chora
No ombro do padre e da freira.
Lamenta o anjo que cai.

Seu marido
Vira cinzas,
Que se espalham
Levando a alegria para outros destinos.

A viúva para, pensa e sorri.
Está alegre.
Seu marido a fez feliz
Muito mais do que a outras mulheres.
Viúva sortuda!

Não está feliz porque se livrou de um traste
Mas porque o que viveu
Dela,
Ninguém tira.

As cinzas se espalham
Cinzas da alegria
Que não irão poluir
Mas adubar
Novas terras
E plantações
De esperança
De tornar realidade
Tanto desejo de fantasia.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

TERÇA DE CARNAVAL



Vi muita freira,
Muito padre,
Noivas,
Palhaços,
E corpos deliciosamente forjados de aço.

Anjos caídos.
Demônios possuídos.
Chapeuzinhos
E chapelões.

Criatividade aos borbotões.

Vi, olhei e me escondi.
No meio da multidão
Fugindo de ti.
Eu, em vão, tentei dizer que me perdi.
Impossível.
Sei bem onde me encontrar.

Pulando, rodando, girando
Fantasiada de mim mesma.
Inebriada com mil banhos de cerveja.
Evitando os arranhões de abraços de ursos e de uma insaciável tigresa
Me reverenciando a imponentes realezas.
Mas driblando as verrugas de beijos de sapos,
Pois duvido muito do ouro da coroa de vossa alteza.
Pulgas e carrapatos.
Fantasia ou realidade?
Carnaval
É o terceiro dia
De um vai e vém
De uma religiosamente profana
e contínua
romaria.


domingo, 10 de fevereiro de 2013

CONFLETES NO CARNAVAL



Fragmentos de pessoas
Pedacinhos de alegria
Caídos junto aos confetes que se espalham pelo chão.

A alegria clama
O dia a dia reclama.

Retratar aquilo que se deseja
Faz a fantasia tornar-se realidade.
Ao menos por um dia,
Um segundo,
Ou uma clicada.

Coisa pesada pensar.
Melhor viver.
Pior é apenas ter o direito a sobreviver!

Uma clicada...
E o bloco? A música?
Já passou.
E a alegria?
Na foto postada se congelou.

Melhor derreter esse gelo
Com calor humano e picaretas.
Sair de dentro das canaletas
Porque ali
Só mijo e cerveja quente
Junto a papel picado
Imundo e já usado
É o que há
É o que  se sente.

sexta-feira, 8 de fevereiro de 2013

SOLTANDO A PURPURINA


Não vou falar sobre o carnaval.

Dizer que é uma festa profana,
Divertida, animada e bacana.

Três ou quatro dias
no meio de mais de trezentos
de realidade insana.
Numa cidade dita bela, feliz e humana.

De que muita gente se aproveita e acaba indo em cana.
Outros preferem ficar descansando na cama.


Carnaval,
Sem pão não vive o homem (nem a mulher!)
Sem diversão, a vida vira sobrevida.

Sem emoção,
não se enxerga nada além do lindo colorido da purpurina.

São mais de trezentos dias...
Haja purpurina pra embelezar o dia a dia!