domingo, 20 de novembro de 2011

LENDO E RELENDO


Lendo, relendo, repassando.

Aprendendo,

e seguindo andando.


A leitura,

a figura,

a bela formosura...

compõem toda a estrutura

do que é escrito.

E do que também é dito.


O dito pode ou não ser depois escrito.

Mesmo que seja ele entendido ou não.


Compreendido,

sentido,

ou meramente percebido,

por cada leitor

até, da leitura,

chegar-se ao fim então,

e tirar-se, por sim ou não,

uma nova e própria,

simples ou complexa

conclusão.

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

MUNDO COR DE ROSA


Quando o mundo era cor de rosa,
eu vivia toda prosa.
E sorria bela, feliz e formosa.

As outras cores também eram belas.
As cores,
que acompanhavam a principal cor da rosa.

As cores compunham o arco-íris,
que contornava todo o mundo.
E a vida parecia ser totalmente maravilhosa.

Mas as cores são muitas.
Os matizes diversos.
Suas combinações se montam
sobre cavaletes e telas
de formatos transversos.

E o pintor nem sempre a cor escolhe.
Ele usa as tintas que tem
e não aquelas que deseja comprar.

Ele mistura,
tingindo a tela,
com os borrões
que o mundo
lhe deixa usar.

E seu quadro
retrata o mundo;
nada rosa
nada belo,
mas que nós podemos,
quem sabe um dia,
querer repintar.

domingo, 6 de novembro de 2011

MEDO e TEMOR


Medo e temor.

Medo de horror.

Medo de errar.

Medo do medo de não ter medo

e no abismo despencar.


Medo do estranho.

Medo do novo.

Medo tamanho de começar tudo de novo.


O medo protege.

O medo ameaça.

O medo transforma,

em fogo,

qualquer leve cortina de fumaça.


O medo te trava.

Ele entrava,

empareda e enlaça.

A todos nós corrói

como uma traça,

que esburaca a roupa

e a transforma

em simples e mera carcaça.

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

PISCAR DE OLHOS


Afinal,

O que realmente nos faz gostar de alguém?

Um cheiro, um perfume, um sorriso?

Uma feiura, uma brandura, uma harmonia?

O que realmente faz com que haja sintonia?


O que faz e o que desfaz,

como, num piscar de olhos,

o repentino ardor,

transformar-se de uma hora pra outra

em asco, nojo e/ou profundo horror?


O que então movimenta o vai-e-vém

das muitas emoções

do nosso único e precioso coração?


Ele, que nos move

na incessante e humana busca

por um idealizado especial alguém?