quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

A CLASSE MErDIA

Vivíamos inatingíveis escondidos em nossas casas, bares aos finais de semana, restaurantes lotados aos domingos nos almoços de família e passeios aos shoppings.
Achávamo-nos seres privilegiados pois tínhamos cerveja e vinho na geladeira, carros novos ou semi-novos e frequentávamos semanalmente os salões de beleza.
Sim. Éramos não privilegiados, mas sim semi-privilegiados que compunham uma engrenagem onde o ser não é humano.
O ser Se acha super-ser com super poder cada vez querendo mais. Cada vez almejando um estar acima que muitas vezes se esquece que o do lado mal tem pra comer (não querendo fazer apologia política).
Vivíamos numa sociedade estratificada como um castelo de cartas. Só que as cartas começam a cair quando o poder te faz querer mais do que necessitas. Se acredita precisar de um celular novo, de viagens paradisíacas. Se acredita em político também.
Prefiro acreditar em papai Noel e coelhinho da Páscoa. Prefiro acreditar que eu e você podemos falar para outro eu e você que devemos reconstruir isso tudo, esquecendo o querer estar acima, esquecendo o querer estar por cima. 
Quero acreditar que ainda existem seres humanos