quinta-feira, 31 de maio de 2012

MÁQUINA DO TEMPO

É como insistir em descer escadas rolantes que sobem
ou tentar subir as que descem.

Ir e vir.
Sair e voltar.
Partir e retornar.

O mundo gira
e a hora passa
e, com isso, passamos ao seu redor.

Passamos e/ou passeamos pelo mundo.
Indo e vindo,
para a frente e para trás.

Fuso horário
"jet lag"
nos confunde o horário.

O que já foi,
ainda o será.
E o que o é,
ainda voltará a ser
o que já não é mais.

PESSOAS

Pessoas.
Pessoas,
apenas pessoas.

Todas iguais
em suas diferenças.

Diferenças totais
que ocorrem
em todos os locais.

Pessoa...
Fernando...
Fernando Pessoa.
Poeta.
Pessoa, "personae".
Um autêntico personagem.

Personagem...
pode ser excêntrica pessoa.
Pode também não ser.
Pode ser uma mera e bela imagem.

Pessoa poderia ser uma figura.
Figura também viria a ser alguém excêntrico,
especial.
Figura, não simples gravura.
Raras iluminuras.

Pessoas, figuras, gravuras;
são todas leituras
do que somos.
Somos uns mais iguais,
outros menos desiguais.
Contudo, ao fim, todos mortais.


segunda-feira, 28 de maio de 2012

CARAVELAS

Caravelas...
Caras velhas.
Caras jovens.
Caras, vejam!

Caras que nao as revejo
Caras que nao as vejo
Caras que a cá as estou a ver

Caras daqui
Caras de lá
Daqui, de lá e de acolá.

Caras antigas
Caras modernas

Antigas ou velhas
Novas ou modernas?

Caras e mais caras.
Caras sao rostos,
sao faces.

Mas podem ser também caras,
custosas, difíceis.
Ou entao caras,
coisas queridas.

Caravelas...
sem elas...
nada do que somos,
das caras que temos,
seriam e/ou poderiam
serem ou estarem aqui.

quarta-feira, 23 de maio de 2012

ANTEPASSADOS

Agradeço a meus antepassados,
que talvez já passaram por aqui.

Agradeço a sua fibra,
a sua garra,
a sua determinação,
ou até mesmo a sua falta de opção.

Agradeço pelo que foram
e, de alguma forma, com certeza
ainda o são.

Agradeço pois sem eles,
não estaria, não seria,
muito menos poderia retornar
a este "sítio" sem nunca ter estado aqui.

sábado, 19 de maio de 2012

LISBOA

Distâncias,
constâncias,
reentrâncias
e elegâncias...

O perto e o longe.
O aqui e o ali.
Lá e a cá.

O pequeno que em verdade é grande
e o grande que, de fato, é pequeno.

O calmo que parece a uns ser um grande agito.
E a balbúrdia do apito que a outros não causa conflito.

O que é grande,
de facto,
somente é o infinito.