sábado, 31 de dezembro de 2011

ANO NOVO de novo!



2012!


Dizem que o mundo vai acabar.


Sobre o passado,

muitos criam que,

sobre o mundo,

Nostradamus

- o profeta -

dizia que,

de 2000,

"tu", "o mundo", “não passarás”...


Na virada para o falecido século XX,

muitos também acreditavam tudo minar.


O mundo, a vida, os calendários de diversos povos;

povos extintos, povos vivos em nossas memórias frágeis...

Vida.

Morte.

Viver a vida.

Morrer a morte.


Então me diga o que é realmente acabar?

O que é, numa convencional mudança de calendário,

tudo ter o poder de se renovar?


A Esperança é um dom.

Um dom para poucos,

pois muitos a confundem com mera Ilusão.

Saber distinguir,

esta é a questão.


Não importa o ano,

o dia,

o mês,

a era,

o povo,

o planeta

ou até mesmo a sua constelação.


Importa fazer o melhor a cada dia,

mesmo que isso nem sempre seja possível.

Importa, já que vivemos em grupo;

por mais que não queiramos isso;

importa nos adaptar,

sem nos violentar.


Importa saudar o Ano Novo

não pela data marcada em vermelho nos calendários convencionados.


Importa saudar a Esperança -

Sempre.

Importa unir os bons

e consequentemente saudáveis pensamentos -

Sempre.


Importa carregar acesa a chama não da data,

mas sim do que ela representa.

Do seu Simbolismo,

da sua Representação.


Importa fazer isso

diante de si,

diante de todos,

diante da Vida.


Importa se importar com o que realmente importa

e que nem sempre bate a nossa porta!

.

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

PRESENTE DE GREGO


Natal, aniversário, dia da mãe, dia do pai, dia dos namorados...
datas oficiais de se ganhar presente.
Nem sempre se ganha o que se quer,
nem sempre a surpresa é boa;
nem sempre o belo presente dura o tempo expresso na garantia.

Os embrulhos dos pacotes geralmente são lindos,
coloridos, enfeitados.
Iludem a criança ou mesmo o adulto que os recebe.
Escondem os defeitos,
as falsificações de fabricação.

São muitas vezes os chamados “vícios redibitórios”,
termo próprio da linguagem jurídica,
em que um lindo carro ou geladeira,
ou seja lá o que mais,
apresentam um defeito oculto.
Tão oculto,
que, somente com o uso,
o azarado proprietário irá perceber.

Aí já é tarde.
O presente de grego está em suas mãos.
E o problema passa a ser seu.
E é você que, contra seus próprios gregos,
para ter funcionando o seu presente,
terá que brigar.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

CRIAÇÃO


Gravetos.

Gravetos travessos.

Meninos travessos.

Carregam os espetos,

que futucam

o solo,

a terra,

a areia

e a argila.

A argila ainda menina,

com a qual

o artista se fascina,

criando diversas obras em sua humilde oficina.


Cria também gravetos de argila,

recém-retirada do solo,

da terra batida,

onde a areia igualmente se dissolve

e envolve, de repente, algo que surge:

é ela! A Sereia disfarçada de serpente!


No lodo da praia,

se lambuza e enlameia.

A Sereia se enlameia,

se lambuza,

tosta e se bronzeia.


Ela pode.

O mar, os gravetos lhe tiram;

do solo, seus dejetos lhe extirpam;

os espetos, sua cauda bandeia.


Gravetos, trazidos por meninos travessos,

não passam de mera e banal brincadeira.


Os matizes do solo

refletem sua beleza

e, mais uma vez,

fascinam o artista

que tenta,

em vão,

reproduzir,

com os elementos da terra,

sua exótica e inigualável beleza.

MERAS REFLEXÕES

De nada adianta plantar uma semente, se vc não regar a terra e não afastar as pragas. Você terá desperdiçado um grão que poderia dar folhas, flores e frutos; os quais você iria ter prazer em se deslumbrar com a beleza da planta e com o sabor dos frutos.

NOITE à DENTRO



A floresta é escura,
é fria.
É noite,
ninguém se vê,
ninguém se enxerga.
Catam-se os gravetos,
tateia-se o chão aparentemente em vão.
Encontram-se um, dois, três gravetos.
Não é muito,
mas a necessidade é maior que seu número.

Faz nascer a boa-vontade
e os gravetos se esfregam,
um no outro,
através das mãos trêmulas,
ansiosas,
desejosas
de ver a luz,
o fogo,
o calor que afaste o frio da noite,
que agasalhe a madrugada que se alonga.

Um graveto quebra,
mas ainda há dois.
Ainda há esperança.
Continuam a ser esfregados
e uma nova faísca brilha.
Brilha tímida,
ânimo para o grupo.
Ânimo, não podemos desisitir!
Os gravetos continuam a ser esfregados,
Agora com cuidado para não quebrar.

A ansiedade é domada,
para os dois únicos gravetos conservar.
Nova faísca!
Rápido!
Folhas! Folhas secas!
Juntem as folhas!
para a fogueira começar.

A faísca vira brasa.
A brasa é assoprada,
alimentada,
para a fogueira se formar
e que vai cuidar,
proteger do frio e dos bichos
e o corpo acalentar.

Mas a fogueira precisa ser cuidada,
para num grande incêndio não se transformar.
E um a um se revezam,
no sono
que, noite à dentro,
em prol da sobrevivência,
não pode se prolongar.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

SINAIS DE FUMAÇA


As pessoas mais novas talvez nunca tenham ouvido a respeito,

mas, no passado,

os índios americanos enviavam suas mensagens para tribos distantes por sinais de fumaça.


Faziam uma bela fogueira no alto da colina

e, com panos, abafavam a fumaça que de lá sairia.


Iam soltando a fumaça aos poucos,

em cadências diversas,

a fim de que a fumaça se espalhasse pelo céu

obedecendo ao ritmo do seu emissor.


Este ritmo podia sofrer interpretações diversas

daquelas desejadas pelo “dono” da fogueira.

Outras vezes não.


Hoje não precisamos das fogueiras no alto de colinas,

mas continuamos emaranhados em cortinas de fumaça

que nos confundem em seu verdadeiro sentido.


A fumaça atual nos cega, nos embaça, nos confunde;

pois nem tudo que parece é

e nem tudo que é, parece ser.


Acabamos ficando como vítimas de um incêndio,

pois a fogueira do passado nos envolve nessa tal fumaça do presente.

E não nos permite decodificar

os verdadeiros sinais

desta fumaça,

emitida,

toda hora, todo o dia;

por aqueles que mal sabem

o pano da fogueira,

ao certo,

manusear.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

DE PONTA À CABEÇA


A angústia da dúvida,

o incômodo da incerteza

destroem toda a beleza

do que foi um dia

momentos de doçura e profunda sutileza.


O não explicado,

o não entendido,

o não explanado,

o não percebido,

dão vazão à falta de cuidado

com o ser amado.


Com o ser um dia dito como benquisto e desejado.

Que agora sai de cena,

passa a figurante,

e figura como algo de somenos importância.


É como se ele ocupasse a imaginária linha do horizonte.

Tênue, sutil, frágil.

Sem alicerces.

Superficial.


O que um dia parecia ser

Vira de ponta à cabeça

E bagunça a cabeça do meu ser

Que não sabe, não entende, não percebe

O que pode ou não vir a acontecer


Que por um lado acredita nas tormentas inevitáveis da vida.

Elas passam.

E depois de toda tempestade, vem a bonança.

Quero nisso crer.


Quero crer que não estou errada,

quero crer que não estou enganada,

quero crer que já aprendi que toda rosa tem espinhos.

Mas não posso jamais esquecer,

de que os espinhos

podem sempre fazer doer.


Quero a rosa, com os espinhos.

Mas cada um em seu lugar.

Aquela valorizada, cultivada, bem-cuidada.

Aqueles retirados com cuidado,

ou imersos no jarro,

no vaso

ou onde a rosa iremos querer realmente cultivar.