domingo, 29 de dezembro de 2013

CONTAGEM PROGRESSIVA




Contagem
Recontagem
Contagem de anos.

Anos de vida
Anos de morte
Anos de eternidade.

Contagem regressiva para o final do ano.
Final ou Renovação?
Consagração das vitórias e reflexão das derrotas?

Mais um ano,
Apenas mais uma volta da bola azul ao redor da amarela.
Bola eterna?
Com a bola se brinca,
Mas há que se cuidar do brinquedo;
Aí é que está o segredo.

Cuidar do ano novo que se inicia,
Não sabemos em que mês ou dia
ele irá começar a envelhecer.

Cuidar sempre do que se tem e do que se almeja.

Os calendários se sucedem,
Mas um só vem porque houve um anterior,
e muitos ainda estão por se desfolhar.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

É bonitinho

Em muitas coisas vejo sempre o agridoce.
Em prosas e poemas cito isso.

Repetitiva?
Talvez.
Talvez eu perceba sim que em muitas coisas sempre vai haver o agridoce.

O Natal, por exemplo, não é agridoce?
É doce confraternizar.
É doce uma mesa farta.
Família reunida.

Pensar com tristeza em quem não está ali torna ácido o momento e isso não e raro.

Disputar a casa onde vai ser a ceia.
Disputar quem vai trazer o melhor prato...

Ser politicamente correto e pensar naqueles que supostamente não têm natal...
Pensar, agir...
É doce e amargo ver o outro que aparentemente não têm o que supomos ter.
Será menos feliz no natal aquele menos abastado que nós?

É "bonitinho" fazer caridade no natal,
É ¨bonitinho¨ criticar se fazer só no natal.
É ¨bonitinho¨...

Disputar crenças e religiões não é bonitinho.
Cristo nasceu.
Muitos duvidam.
Buda viveu,
Tantos criticam.

O que importa disso tudo?
Ficar triste no natal pelo que não se tem.
Ignorar o fato de que é natal.
Curtir o que se tem independente de ser natal?
Dividir, compartilhar, refletir?
Comer muiiiiittttoooooo?

Cada um  tem o seu natal,
mesmo que não o chame assim.
e natal, olhando no dicionácio, é nascimento
e todos nós temos o nosso.
Feliz natal!

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

BOLA NO PÉ




Uma partida de futebol pode ser comparada a brincar de gangorra.

Um sobe e o outro desce. Para aquele descer, o outro precisa subir.

Há que haver impulso de um lado e pouca resistência do outro. Se não houver, aquele jamais descerá.


Descer e subir na gangorra não significa necessariamente estar por cima.
Ficar parado lá no alto cansa e a força está realmente em quem está embaixo.

A força precisa ser redobrada para descer e isso também é ganhar.


Um empate em campo vale muito mais do que uma vitória em certos casos.


Perder pode ser esfregar na cara do adversário que o jogo já foi ganho há muito tempo.


Mas ganhar... ganhar é sempre ganhar! E perder... é se preparar para novas vitórias!

E brincar de gangorra sozinho? É como jogar embaixadinha?


Tem lá a sua graça. Treina a resistência necessária para  qualquer jogo ou brincadeira. Não se nasce sabendo, mas o instinto tá aí pra isso!

domingo, 8 de dezembro de 2013

ÍMÃ DA SAUDADE





Eu não devia dizer
Que sinto saudades de você.

Dizer sentir saudades
Funciona como um ímã desregulado

Repele quando deve atrair
Atrai quando deve repelir

A saudade pode estar em qualquer um dos pólos do metal

Positiva, quando ela é doce pela certeza de que o ímã irá atrair
Negativa, quando repele mais ainda e transforma a saudade em falta

A saudade é doce
A falta é amarga
E nessa mistura agridoce temos o ímã com seus dois pólos
Negativo e positivo

Prefiro sentir saudade do que a falta

AS COSTELAS DE EVA

Costela, título de propriedade nada antigo.

Da costela, Adão arrumou a Eva,
Melhor do que um cãozinho de estimação.

Há divergências.
Talvez fosse melhor ter sido feito um cão,
Mas cão dá trabalho.
Mulher também.
Cão late,
Mulher reclama.
Cão dá carinho,
Mulher também.
Cão precisa de carinho,
Mulher também.

Para ser dono de algo
Não basta ter legitimado título de propriedade.
Daquilo que não se cuida,
o bem perece
ou vem o usucapião.

Eva também tem costelas.
Deus é um só.
Todos têm direito aos seus títulos de propriedade
E aos seus  bichinhos de estimação.


O HOMEM DAS CAVERNAS



O homem das cavernas
Caverna úmida
Caverna escura
Caverna gostosa de se entrar.

O homem das cavernas gosta disso
Ele entra e se aninha
E fica lá
Dias a fio
Se escondendo do mundo moderno
Se petrificando como um fóssil
Tentando eternizar um tempo que já passou
Menos pra ele.

Mas uma hora a hibernação acaba
E ele precisa se alimentar.
Ele não quer virar fóssil.
Vive nos dias de hoje
Venceu o tempo que se passou.

Sai
Veste alguma coisa para não assustar
Treina aulas de etiqueta
E seduz, e conquista
Tudo aquilo de que precisa para abastecer a caverna.
Caverna escura, úmida e quentinha,
Onde ele se aninha.