sábado, 24 de março de 2012

É POSSÍVEL NÃO SENTIR SAUDADE?




Como não sentir saudade?

O que fazer para não sentir saudade?


Certa vez, disse eu que saudade é diferente de falta.

Disse em outro texto deste humilde blog.


Resumindo, penso que falta se sente daquilo que não mais se tem.

E saudade daquilo que se tem, ainda que vivo apenas dentro de nós.


Sinto saudade.

Sinto falta?

Sinto os dois?


Sinto com certeza mais forte a saudade.

Saudade doce,

saudade meiga,

saudade gentil.

Saudade de gente boa que partiu.


Saudade de algo que não está por perto.


Mas que, ao mesmo tempo,

é só olhar pra dentro

e ver que está logo ali

e logo aqui.

Está perto e ao mesmo tempo longe.


Está guardado.

Na memória,

na história,

e também no tormento,

do conflito do sentimento.


A saudade está guardada

e também resguardada,

para que não vire falta.


Para que continue a ser doce, meiga e gentil;

de toda essa gente que, infelizmente, partiu.


domingo, 18 de março de 2012

PORTA-JÓIAS

Caixinhas bonitas,

belas, coloridas;

de diversos formatos

e tamanhos distintos.


Compartimentos a mais

e repartimentos a menos.

Coisa de mulher...

Não, coisa de gente!

Coisa de gente que sabe guardar coisas belas e raras.


Guardar para não perder,

Guardar sem saber se vai ou não usar.

Guardar para simplemente saber que tem,

mesmo não se lembrando onde está.


Alguns, mais antigos, têm música;

e têm também belas bailarinas que giram ao seu sabor.

Elas enfeitam a magia da jóias que ali estão,

protegidas do frio e do calor.

Protegidas de algum possível malfeitor.


Às vezes transformamos

nossas caixinhas porta-joías

em verdadeiras "caixas de pandora".


Na verdade um grande jarro que,

segundo a Mitologia Grega,

guardava todos os males do mundo.

Jarro-caixa esse que não guardava nada de belo,

bom ou útil.


De vez em quando precisamos olhar nossos porta-jóias,

pois muitas vezes nos esquecemos do que ali guardamos.

Às vezes, por descuido (ou de propósito mesmo),

guardamos coisas que não são jóias,

nem ao menos belas bijouterias.


O que é belo, ainda que sem uso, tem sua utilidade;

mesmo que essa utilidade seja simplesmente o prazer de ver,

o prazer de olhar,

de tocar,

de se encantar com o brilho, com a cor, com o formato.


Já o que é feio, como os itens de Pandora;

esses sim, não devemos guardar em nossas caixas,

pois não são as nossas jóias.


Devemos jogar fora,

ou, melhor ainda, nem chegar a colocar!

peças toscas,

peças roscas,

peças que não irão nos enfeitar ao usar.

Peças, que nem para se olhar, valem a pena guardar.

domingo, 11 de março de 2012

SONHOS


Dizem que coincidencias nao existem.
Por acaso, hoje, achei em meio ao meu ``mar de papeis`` um poema meu nao muito recehte, mas que por ``coincidencia`` e bastante atual.
Resolvi posta-lo.
Peco desculpas aos leitores pelas falhas na acentuacao, mas estou com problemas na configuracao do meu teclado.
Espero que gostem do texto.

Sonhos...
Quimeras...
Delirios...
Devaneios...

De repente
o veu se cai.
Escorrega pelo corpo
fazendo-lhe doce
e terno carinho.

E, com sua queda,
a realidde chega.
Chega avassaladoramente
ameacando os sonhos,
os delirios, os devaneiors, as quimeras...

Sonho ou realidade?
O que e real afinal?
Viver o sonho
ou fugir da descandura* da realidade.

*licenca poetica

quinta-feira, 8 de março de 2012

SAUDADE


Saudade.

Sentimento da maldade,

não se sabe ao certo por quê.


Sentimento da maldade ou da bondade?

Depende.

Depende da saudade.

Depende de como se sente a saudade.


Tem saudade que apenas dói.

Tem saudade que nossas entranhas corrói.

Tem saudade que é branda,

que é doce.


Tem saudade que machuca,

porque nunca será acalmada.

Tem saudade que alimenta,

pois se firma na certeza de ser saciada.


Ah! Saudade...

quanta maldade,

quanta bondade,

quanta vontade de sentir o doce do seu sabor

e expurgar o amargo do seu já há muito desgastado frescor.