sábado, 28 de janeiro de 2012

LÍNGUA DOS SINAIS


Linguagem dos sinais.
Libras? a linguagem usada pelos surdos.
Com seus gestos rápidos e curiosos,
não as entendem, os analfabetos neste especial dialeto.

Mas esta linguagem é entendida sim,
por aqueles que a estudam e praticam.
Contudo,
outras "libras" são usadas não por um grupo restrito,
mas sim por todos;
por qualquer um.

Em verdade, não são libras.
São outras formas distintas de língua por sinais.
São mensagens,
muitas vezes sutis,
que se transmitem entre todos e qualquer um.

Os sinais...
os sinais que não percebemos na comunicação entre nós...
os sinais que não percebemos e nos fazem dar-nos verdadeiros e intrincados nós.

Os sinais...
os sinais que não queremos captar
quando apontam para aquilo que não queremos ver, ouvir ou mesmo escutar.

Os sinais...
os sinais que o outro nos dá,
e que ingenuamente,
ou por burrice mesmo.
não queremos seu entendimento aceitar.

A língua dos sinais...
precisamos aprender.
Precisamos praticar.

Sua compreensão pode,
talvez,
de um perigo iminente
vir a nos afastar.

Sabendo tais sinais,
a nosso favor,
sempre, portanto, os poderemos usar.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

ERRANDO com suas próprias pernas


Errar.
Errar contrário de acertar.
Ou errar é seguir a esmo, sem rumo e sem gps ou radar?

Quem não tem ou já teve medo de errar?
Quem não se angustia ou se angustiou quando uma decisão teve que tomar?
Quem não se angustia ou se angustiou querendo,
no final,
tudo, tudo, tudo...
acertar?

A certeza da certeza é algo de que não se pode duvidar.

Ter certeza nem sempre é estar certo.
Ter dúvida, muitas vezes, é o mais sábio a se fazer.

Dúvidas e certezas passeiam muitas vezes pelas mentes e corações daqueles que não querem errar.
E errar é inevitável!
Principalmente quando se quer acertar!
Portanto, acertar pode ser seguir por aí errando.
Seguindo na certeza de que os erros,
eles, podem ser uma forma de se mirar e,
quem sabe,
conseguir acertar?

domingo, 15 de janeiro de 2012

A VIDA É ENGRAÇADA?




A vida é engraçada,

dizem uns.

A vida é dura e amarga,

dizem outros.

A vida é bela!

Dizem os felizes.


A vida...


Dizem que ela pode ser o que você quiser,

e eu digo:

desde que você possa querer.


E eu pergunto:

e quando a vida não quer que você exerça o seu querer?


Uns dizem que se aceitem as circunstâncias,

outros que se rebelem contra elas,

outros que se lute sempre.


“Se” lute contra o quê?

“Se” lute pelo quê?

A resposta, só quem pode dar para a Sua vida, é você.

sábado, 14 de janeiro de 2012

PODERIA


Poderia...

futuro do pretérito...

futuro do pretérito???


E quem está interessado em nisso saber?

Em classificações diversas:

tempos e modos verbais?

Quando o que importa

é, discutir ou não,

aquilo que estava para acontecer?


Quem?

Também tido como CONDICIONAL,

desse futuro natimorto,

muitos não percebem a sua essência,

mas a subjetivamente a sentem.

Sentem ser

um futuro que já nasceu passado.


Mas então quem PODERIA estar realmente interessado em saber,

em algo,

que viria a ocorrer?

Em algo que se planejou,

mas não chegou a acontecer?


Poderia...

deveria...

saberia...

quem diria???


São sim enquadradas nas classificações das formas verbais,

que, aparentemente de forma contraditória,

falam de um passado

com cara de futuro,

mas que,

como todo futuro,

é hipótese,

é incerto.

E, de PRESENTE,

pode ou não

chegar a vir a SER!

sábado, 7 de janeiro de 2012

NOVAS E ANTIGAS PALAVRAS


Quando eu me lembro...

o olhar doce,

as palavras meigas,

o abraço forte e seguro...


Lembro também das ouvidas tuas certezas,

que me levavam a crer na pureza,

dos sentimentos que pareciam ali estar.

Que me levavam a crer que tudo iria durar.


A experiência me força a comparar.

Acabo voltando no tempo.

Acabo voltando a lembrar

de outras diferentes palavras.


Diziam coisas diversas.

Diziam e afirmavam que nada, nunca iria durar.

Mas que mesmo assim se tentava,

momentos felizes,

se permitir vivenciar.


Essas outras palavras

saiam de vozes.

Vozes suaves,

vozes educadas,

vozes gentis.


Vozes que proferiam palavras sutis

que faziam meu ser

pensar e refletir.


Outras palavras diversas também ouvi.

Lembro dessas outras,

ocas

que buscavam apenas o estar ali.


Palavras as quais visavam apenas o ter, e o âmago daquele ser,

por mera vaidade,

conquistar, arrebatar e possuir.


Palavras sinceras,

palavras fingidas,

palavras sentidas,

palavras sofridas,

palavras benditas.


Palavras, o vento leva; diz o antigo ditado.

Vale o que está escrito, diz o jogo-do-bicho, em meio à contravenção.


Até mesmo o que está escrito pode ser uma muito bem feita falsificação.


As palavras carregam inúmeros sentidos.

Basta procurar na gramática sobre isso.

E provocam diversos outros sentidos e interpretações.


Tenho medo delas.

As palavras...


Podem ser armas.

Podem ser curativos.

Podem ser brincadeiras

de imaturas crianças

ou de perigosos bandidos.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

MISTURAS


O açúcar, na água, se dissolveu.

O sal, na água do mar, se perdeu.

A pedra, jogada no rio, afundou.

Mas o óleo, na água, não se misturou.


Diluiu,

se perdeu,

dissolveu.


A nuvem, no céu, se dissipou.

A folha seca, do galho,

despencou.

A gasolina derramada

o posto

incendiou.


E no final disso tudo,

o que foi que sobrou?


Á água, com o açúcar, se adociou.

O mar, com seu sal, iodo formou.

No rio, a pedra o fundo enfeitou.

E a água com óleo seu lugar ocupou.


No céu, outras formas a nuvem criou.

No solo, as folhas, adubo formou.

O incêndio, no posto, muita gente, o bombeiro salvou.


E, no final disso tudo,

mais uma vez,

a vida se renovou.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

BORBOLETAS


A borboleta é bela.

Ela sobrevoa lindas flores.

Delas se alimenta.


Mas a borboleta não nasceu bela.

Antes era ser rastejante,

que, os meninos de antes,

até fogo a deixavam flamejante.


Lagarta era.

Algumas consideradas belas,

dentro de suas limitações.


Alimentavam-se de vermes,

devastavam as folhas,

irritavam os donos dos jardins!


Com o tempo

a lagarta se recolhe.

Fecha-se,

e passa por uma metamorfose que só ela mesma sabe o quanto dói

(ou não?)

E lá vem a borboleta,

que a todos encanta.


Vai, de flor em flor,

contribuir para espalhar o amor

do belo jardim.


De suas flores

que enfeitam

não só o solo,

mas também os corações

de quem tais flores

colhidas e ofertadas

as têm.