Antigamente se comparava o roto ao esfarrapado, verdadeiros
primos-irmãos dos fiapos que ora se uniam demais, ora se esparramavam fugindo
da harmonia do tecido.
Roto, para quem não domina esse repertório, é quase o mesmo
que esfarrapado, só que mais escancarado. É algo rasgado, esburacado, rompido.
Um desfaz mais do que o outro. Não dá pra saber o que é pior.
Burlando essa comparação, prefiro parodiar com o arroto e o
esparadrapo. Horrível o primeiro, mas alivia botando pra fora aquilo que
incomoda. Necessário até. Defendo inclusive que não é falta de educação, pelo
menos em algumas outras culturas com noções de etiqueta bem diferente da nossa.
O que é aceito como certo aqui, pode não ser ali e por aí vão os farrapos se
espalhando.
Ops! Faltou falar do esparadrapo. Ele une, cola, cala
durante todo o seu tempo de uso, mas que como tempo tem sua duração.
Dói se retirado antes da hora; mas nem se nota se for
deixado agindo durante o tempo necessário.
Entre o arroto e o esparadrapo, assim como entre o roto e o
esfarrapado; tem-se dois pólos opostos, mas sempre necessários de acordo com a
época e a cultura.