Passado, mais conhecido como pretérito nas enfadonhas aulas de língua portuguesa.
Ele pode ser perfeito, imperfeito ou ainda mais-que-perfeito.
Mas afinal, o que seria cada um deles?
Não são todos passados? Algo que já foi e não volta mais?
Ou volta? Retorna, ainda que por um breve instante em que não há como precisar se tornar-se-á futuro ou um breve presente?
Primeiro há o pretérito perfeito. Nele não há como voltar a ser presente, muito menos futuro algo que já passou.
Há o imperfeito, onde o presente se realiza como uma doce ou amarga lembrança do que já se foi.
E ainda temos o mais-que-perfeito, que é o passado do passado. Algo como uma comida requentada. Algo que passou e que passou.
Mas há para mim mais classificações: o passado presente e o passado futuro. Um é a vivência do que já passou, mas que ainda se manifesta fugindo às classificações da Gramática. É a própria semântica, carregada de significados onde o passado se estende fazendo-se ser presente e mostrando que do que parecia ser passado, ainda alguma coisa restou.
E o passado futuro... há... esse... somente vivendo o passado no presente, pode-se saber se ele pode vir a existir e fazer assim surgir uma nova classificação temporal.
domingo, 26 de junho de 2011
sábado, 25 de junho de 2011
AMORES DO MEU AMIGO FELLIPE
AMORES DO MEU AMIGO FELLIPE
Estava eu conversando com um jovem amigo meu.
A-mi-go, filho de uma amiga. Sim, que fique claro porque atualmente esta palavra – amigo - pode significar várias coisas que vão além da conceituação tradicional do que é ser amigo.
Desde que o conheço, ele já namorou várias meninas, se apaixonou, sofreu e fez sofrer.
Mas ele não gosta de “ficar” como diz na gíria. Ele se apaixona e namora. Leva à casa, apresenta à família, insere no círculo de amizades e se sente muito feliz quando está nessa comunhão de sentimentos.
Sempre que ele começa um namoro, todos – inclusive ele -pensam que vai durar para sempre e torcem por sua felicidade.
Mas... o tempo passa, e lá está ele sozinho, solteiro, “na pista”. Reiniciciando uma nova busca pelo ser amado.
Como amiga que sou deste rapaz, tive que dizer-lhe que ele é como o poeta Vinicius de Moraes: “que seja eterno enquanto dure”, porque enquanto Fellipe namora, ele realmente namora. Ele não fica, enrola, engana ou tem casinhos clandestinos para que ninguém saiba da sua condição de semi-solteiro.
Ele assume emocionalmente a garota diante de amigos e parentes conferindo-lhe o título quase nobre nos dias de hoje de “namorada”. Quase um formal pronome de tratamento como aqueles encontrados nas classificações dos livros de Gramática.
Só que o que Fellipe não percebe é que, mesmo namorando, isso cria em suas musas uma expectativa de continuidade, que não se concretiza, que não vem. E isso sim deve fazer doer nelas ( ou nele). O declínio do que começou de forma bela e doce.
Quando seguimos a gíria e “ficamos”, a dor é outra - é a incerteza do “ficar” virar namoro e o que este título – repito – representa.
De uma forma ou de outra, namorar, ficar ou o nome que se dê à convivência amorosa entre dois seres pode ou não gerar dor. Mas, como diz outro grande poeta: “tudo vale à pena se a alma não é pequena”
Estava eu conversando com um jovem amigo meu.
A-mi-go, filho de uma amiga. Sim, que fique claro porque atualmente esta palavra – amigo - pode significar várias coisas que vão além da conceituação tradicional do que é ser amigo.
Desde que o conheço, ele já namorou várias meninas, se apaixonou, sofreu e fez sofrer.
Mas ele não gosta de “ficar” como diz na gíria. Ele se apaixona e namora. Leva à casa, apresenta à família, insere no círculo de amizades e se sente muito feliz quando está nessa comunhão de sentimentos.
Sempre que ele começa um namoro, todos – inclusive ele -pensam que vai durar para sempre e torcem por sua felicidade.
Mas... o tempo passa, e lá está ele sozinho, solteiro, “na pista”. Reiniciciando uma nova busca pelo ser amado.
Como amiga que sou deste rapaz, tive que dizer-lhe que ele é como o poeta Vinicius de Moraes: “que seja eterno enquanto dure”, porque enquanto Fellipe namora, ele realmente namora. Ele não fica, enrola, engana ou tem casinhos clandestinos para que ninguém saiba da sua condição de semi-solteiro.
Ele assume emocionalmente a garota diante de amigos e parentes conferindo-lhe o título quase nobre nos dias de hoje de “namorada”. Quase um formal pronome de tratamento como aqueles encontrados nas classificações dos livros de Gramática.
Só que o que Fellipe não percebe é que, mesmo namorando, isso cria em suas musas uma expectativa de continuidade, que não se concretiza, que não vem. E isso sim deve fazer doer nelas ( ou nele). O declínio do que começou de forma bela e doce.
Quando seguimos a gíria e “ficamos”, a dor é outra - é a incerteza do “ficar” virar namoro e o que este título – repito – representa.
De uma forma ou de outra, namorar, ficar ou o nome que se dê à convivência amorosa entre dois seres pode ou não gerar dor. Mas, como diz outro grande poeta: “tudo vale à pena se a alma não é pequena”
quinta-feira, 23 de junho de 2011
CALDEIRAO CULTURAL
“Bichinha”, “boiola”, em Portugal é “paneleiro”.
“Sapata”, “sapatão”, “mulher-macho”.
Afinal, para que servem estar palavras?
Para dizer que alguém tem mais direitos de ser do que outros?
Quem as inventou?
Seriam as mesmas pessoas que inventaram “Neguinho”, “azulão”, “moreninho” numa tentativa hipócrita de criar um eufemismo onde não há?
Todos somos diferentes, como ingredientes de imenso caldeirão cultural.
Ter baixa estatura ou ser alto como um bom jogador de basquete.
Ser brilhantemente gordo como Jô Soares ou ter uma beleza interna como o poeta Fabricio Carpinejar, ser tímido e consequentemente ser rotulado como “nerd” ou magro demais como nossos irmãos famintos de partes do continente africano também integram esse caldeirão.
Não à homofobia! eu apoio.
Mas vou mais além e digo: não ao desrespeito a quem é diferente de você.
O que é belo e aceito hoje, pode muito bem deixar de ser como os padrões de beleza femininos do passado em que a beleza feminina consistia em formas mais arredondadas.
Hoje, Gisele Bündchen é linda,
Em outros tempos, sua magreza poderia estar inserida nesses rótulos que denotam o quanto nós, seres que nos consideramos humanos, ainda temos por perceber que o caldeirão em que vivemos é um só.
domingo, 19 de junho de 2011
ENGODO
Tudo mentira.
A gente nasce e ouve os adultos dizerem coisas para que sejamos felizes como eles.
A gente acredita e segue a trilha crendo que devemos fazer tudo certinho para chegarmos a algum lugar.
E realmente chegaremos, mas...
A que lugar realmente vamos chegar?
Ao sucesso no trabalho? Ao sucesso no Amor, na família, em filhos saudáveis?
E quem pode afirmar o que é ser saudável? Quem pode afirmar que o não-saudável não nos pode fazer felizes? Não nos pode ensinar a sermos melhores e, consequentemente mais inteiros? Ele engloba aquela segunda.
Estudar é importante, trabalhar também, ser ético mais ainda; mas... cada um tem seu conceito. A felicidade para uns pode ser algo individual, para outros pode ser algo global.
Piegas? Talvez. Mas essa tal pieguice, se plantada desde o começo, poderia evitar a infelicidade coletiva. Infelicidade essa onde se põe antolhos à falta de alegria que nos rodeia num mundo em que o hiato entre os todos limita o acesso à alegria e/ou à felicidade coletiva.
A gente nasce e ouve os adultos dizerem coisas para que sejamos felizes como eles.
A gente acredita e segue a trilha crendo que devemos fazer tudo certinho para chegarmos a algum lugar.
E realmente chegaremos, mas...
A que lugar realmente vamos chegar?
Ao sucesso no trabalho? Ao sucesso no Amor, na família, em filhos saudáveis?
E quem pode afirmar o que é ser saudável? Quem pode afirmar que o não-saudável não nos pode fazer felizes? Não nos pode ensinar a sermos melhores e, consequentemente mais inteiros? Ele engloba aquela segunda.
Estudar é importante, trabalhar também, ser ético mais ainda; mas... cada um tem seu conceito. A felicidade para uns pode ser algo individual, para outros pode ser algo global.
Piegas? Talvez. Mas essa tal pieguice, se plantada desde o começo, poderia evitar a infelicidade coletiva. Infelicidade essa onde se põe antolhos à falta de alegria que nos rodeia num mundo em que o hiato entre os todos limita o acesso à alegria e/ou à felicidade coletiva.
sábado, 18 de junho de 2011
VIDA EXPERIMENTAL
Ninguém é dono de ninguém,
Mas somos donos e responsáveis pelas nossas escolhas.
As escolhas pressupõem perdas e ganhos,
Pressupõem dores e amores,
Pressupõem o não saber o que será do dia seguinte,
Mas também pressupõem saber o que será o dia de hoje,
Que na verdade não existe.
Porque quando chega, já foi.
Já passou.
E, por medo, receio ou temor se deixou de viver
O amor, o horror, o pavor, a beleza do dia
E a bela tristeza da chuva
O raiar do sol e a luz fria da noite
Que agasalha os anseios
Que estimula os devaneios
Que afugenta o não buscar o caminho do meio;
Único e verdadeiro elo entre o querer e não fazer
E o fazer e se arrepender
ou entao confirmar a certeza do prazer.
O DIA POR ENCOMENDA
O dia
o dia a dia
ele passa todo o dia
numa incessante agonia
que faz nascer e morrer o dia
e que renova
o raiar
de mais uma nova fantasia
Fantasia que se sucede
fantasia em que se pede
que a agonia
dê espaço
à esperança
de um novo raiar do dia
O dia que promete
o dia que remete
ao passado que já foi
e aponta ao futuro esperançosamente promisor
que nenhum Doutor
pode dizer
se está ou não por vir.
Mas que com certeza virá,
promissor ou não.
Mas a cada um cabe demarcar
a Sua certeza
de,
no novo dia,
ver e admirar
um belo, lindo e novo raiar.
sexta-feira, 17 de junho de 2011
AMOR VERDADEIRO?
O amor verdadeiro é abnegado,
O amor verdadeiro não é a posse do ser amado.
O amor verdadeiro é um quase amor.
Ele liberta seu objeto de desejo para que ele voe
E transcenda as nuvens do querer.
Ele não deseja o ter e sim o estar.
O compartilhar, o conviver, o trocar, o pouco se importar.
Mas afinal o que é a verdade do amor verdadeiro
Senão o querer junto estar
O querer conviver e trocar
O querer afagar, cuidar e o sentimento deixar transbordar?
Seres imperfeitos
Desejando a perfeição de um amor que nunca vamos alcançar.
A perfeição está fora da verdade do ato de amar.
A perfeição é chata, sem graça e sem sal.
A perfeição não acende a alma.
Não causa o inebriar do desejo, do querer junto estar.
O amor não verdadeiro não é perfeito,
a perfeição leva à inércia.
O amor verdadeiro tem pudor de verdadeiramente amar,
De viver o sentimento,
De sentir a saudade ou a falta,
De não se importar com a distância,
De não se importar em se sentir vivo,
Com a doce imperfeição de perfeitamente amar.
segunda-feira, 13 de junho de 2011
SENTIMENTO
sexta-feira, 10 de junho de 2011
BRINCANDO DE AMAR
Meu lado criança quer brincar.
Quer brincar de amar.
Mas com o cuidado adulto
Para não se machucar.
Meu lado criança quer pular corda,
Correr, se divertir.
Sentir a alegria da vida
Nos braços do brinquedo do querer contigo estar.
Meu lado criança acha que tudo pode,
Que tudo está ao seu alcance.
Mas o meu ser adulto me mostra
Que nem sempre se pode ganhar a aposta.
E o prêmio,
transformado em conquista,
não é nenhum brinquedo.
É sim um doce segredo
Que une a fé infantil
À certeza adulta
De que,
para brincar e viver o amor,
de nada se pode ter medo.
domingo, 5 de junho de 2011
GELO ARDENTE
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