AMORES DO MEU AMIGO FELLIPE
Estava eu conversando com um jovem amigo meu.
A-mi-go, filho de uma amiga. Sim, que fique claro porque atualmente esta palavra – amigo - pode significar várias coisas que vão além da conceituação tradicional do que é ser amigo.
Desde que o conheço, ele já namorou várias meninas, se apaixonou, sofreu e fez sofrer.
Mas ele não gosta de “ficar” como diz na gíria. Ele se apaixona e namora. Leva à casa, apresenta à família, insere no círculo de amizades e se sente muito feliz quando está nessa comunhão de sentimentos.
Sempre que ele começa um namoro, todos – inclusive ele -pensam que vai durar para sempre e torcem por sua felicidade.
Mas... o tempo passa, e lá está ele sozinho, solteiro, “na pista”. Reiniciciando uma nova busca pelo ser amado.
Como amiga que sou deste rapaz, tive que dizer-lhe que ele é como o poeta Vinicius de Moraes: “que seja eterno enquanto dure”, porque enquanto Fellipe namora, ele realmente namora. Ele não fica, enrola, engana ou tem casinhos clandestinos para que ninguém saiba da sua condição de semi-solteiro.
Ele assume emocionalmente a garota diante de amigos e parentes conferindo-lhe o título quase nobre nos dias de hoje de “namorada”. Quase um formal pronome de tratamento como aqueles encontrados nas classificações dos livros de Gramática.
Só que o que Fellipe não percebe é que, mesmo namorando, isso cria em suas musas uma expectativa de continuidade, que não se concretiza, que não vem. E isso sim deve fazer doer nelas ( ou nele). O declínio do que começou de forma bela e doce.
Quando seguimos a gíria e “ficamos”, a dor é outra - é a incerteza do “ficar” virar namoro e o que este título – repito – representa.
De uma forma ou de outra, namorar, ficar ou o nome que se dê à convivência amorosa entre dois seres pode ou não gerar dor. Mas, como diz outro grande poeta: “tudo vale à pena se a alma não é pequena”
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