sábado, 23 de julho de 2011

ANIVERSÁRIO (ou ANIVERSARIAR)


Quando somos crianças, fazer aniversário é sempre motivo de festa, de comemoração. As bolas coloridas, os doces que queremos roubar antes da hora, o bolo decorado em cores mil e muita, mas muita correria e alegria espalhada pelo ar...
Mas, se formos pensar, há outras crianças. Aquelas que não têm família nem teto. Como será que são seus aniversários? Alegres ou tristes? Não sabemos dizer.
À medida que vamos deixando de ser crianças, os aniversários não deixam de acontecer; mas as formas de comemorar sim. Reuniões com amigos, comemorações a dois com o ser amado ou festas agitadíssimas nos lugares da moda e da “night”; além de várias comemorações para um mesmo “niver”, são algumas opções de se comemorar.
Começamos então a perceber que o tempo passa e muitas pessoas começam a dizer que estamos envelhecendo. Já os otimistas dizem que estamos ficando mais maduros e/ou experientes (ou algo parecido).
Outro dia ouvi de um colega de trabalho que quem comemora um só aniversário várias vezes envelhece mais rápido. A sério ou por ironia o comentário feito, o fato é que discordo.
Ficamos cada vez mais velhos sim a partir do momento em que nascemos (ou seria a partir da concepção?). Ou, segundo ideias de algumas religiões, a partir do momento da Criação?). Afinal, ficamos mais velhos ou mais experientes? Mais expertos ou mais ranzinzas e cínicos? Mais maduros ou cegamente nos crendo os donos da verdade absoluta sobre tudo e sobre todos?
Muitos dizem que o importante é ter saúde; mas, e quando ela é fraca? Não devemos também comemorar? Não devemos comemorar estarmos vivos e ter a chance de lutar pela vida? De ainda estar passando pela dita vida, mesmo não sabendo ao certo pra quê?
Comemoração, commemoratione em latim, palavra ligada a memorare, que é lembrar. Daí surge o significado de fazer alguma coisa com alguém. Comemorar lembra comer - comedere - em latim, a que os romanos juntavam o prefixo "com-" (juntos), por entender que comer é um ato que se pratica preferencialmente junto com outras pessoas.
Ora, curiosidades linguísticas à parte, em nossas atuais comemorações há comida, bebida e gente; e uma coisa leva à outra. Comemorar nossos aniversários é estar junto daqueles que nos querem e nos fazem bem. É poder e querer agradecer a Deus, ou a quem quer que inventou tudo isso que chamamos vida, a chance de aniversariar; além de agradecer também a nossos queridos pais - ou, para alguns, nem tanto, pois são humanos e falhos como todos nós. Agradecer mesmo que com saúde ou nem tanto, pois nem tudo que parece ser ruim, realmente o é e tudo muda, pois nada é estanque.
Por tudo isso, eu creio que devemos comemorar todos os nossos aniversários sim! Quantas vezes forem desejadas, pois o convívio gera a troca de coisas boas e, portanto, em lugar de envelhecer mais rápido, comemorar muitas vezes nos renova. Nos dá a chance de fazer feliz a nós e ao próximo; não somente no dia de nosso aniversário, mas em todos os dias de nossa existência enquanto seres humanos.
Para algumas pessoas; aniversário, natal, dia das mães e tantas outras são apenas datas, convenções e estratégias comerciais. Respeito a opinião alheia, embora não concorde.
Mas para mim, todas estas datas são símbolos que compõem a nossa vida. E não existe vida sem agrupamento de pessoas. Tais datas, para mim, representam momentos em que temos a chance de repensar nossos atos e viver da melhor forma possível o grande mistério que é a vida ao lado daqueles de quem se gosta, mesmo que esta pessoa seja somente a nós mesmos. Quando se quer o outro bem, certamente  haverá uma troca positiva. E, aniversariar inclui esse querer bem.
Portanto, viva o aniversariar!!!

domingo, 17 de julho de 2011

AS TEORIAS SÃO VÁRIAS


As teorias são várias e as modas também. Até Colombo, o formato do planeta era algo indiscutível. Incontestavelmente imexível, como criou moda o ex-ministro Antônio Rogério Magri, na era Collor.
Galileu?! este então?! Coitado! com suas convicções, quase sua vida perdeu. Preferiu se ater à moda da maioria.

Já o padrão de beleza feminino do passado, adiposamente elogiado; hoje, cede lugar a finuras cada vez menos visíveis e palpáveis nos corpos em inevitável constante transformação. Transformação essa, artisticamente trabalhada nas atuais clínicas da moda, da estética em voga. E, assim como a moda, em relação à vida, a teoria vira moda também. Inseminação artificial, adoção de crianças, congelamento de embriões; tudo novas teorias que entram em moda e partem se transformando em prática.

Mas a moda vai e vem. É o que dizem e o que se vê. Calças de diversos tipos: boca de sino, pantalonas, saruel, boyfriend, cintura alta, baixa e tantas outras. Tênis all star, na moda adolescente dos anos 80, cano curto ou cano longo? O tempo passa... All star??? Que cafonice diziam anos depois! Chegando ao século XXI, o all star passa a ser visto em todos os pés, de todas as idades, em fartas e variadas cores e desings.

Mas, afinal, qual a teoria-moda ou moda de teoria que está em voga? A minha, a sua ou a nossa? Pode-se tentar comparar com a história do velho, do menino e do burro. Todos davam palpite sobre quem deveria levar quem no lombo.
Qual a moda-teoria ou a teoria de moda então se usar? Se vestir, usar ou aplicar? A velha, a nova ou a sua? E qual moda-teoria nas diversas formas de com o ser humano lidar? Nas escolhas da vida? Qual delas aplicar? A flexibilidade, confundida com falta de personalidade; a assertividade, confundida com agressividade; o bom ouvir, confundido com passividade; ou simplesmente apenas nossas mentes e/ou nosso coração escutar?

Qual teoria ou moda aplicar? Ouvir e peneirar? Ouvir e tomar pra si a moda-teoria alheia? Aquela que o outro inventou para si como verdade absoluta para se defender de seus próprios medos? Como uma teoria certa e exata igual a uma equação matemática; imutável, imexível? Fazer como fez Galileu que escolheu agradar o grupo, para se preservar?

O que fazer para então sobreviver com tantas modas e teorias que inventamos para camuflar nossos próprios questionamentos? Nossas dúvidas e incertezas? A moda ou a teoria podem sim esconder de todos, inclusive de nós mesmos, um falso ar de poder conferido apenas pelas realezas. Realezas que, embora antigas e aparentemente ultrapassadas, continuam em moda, ditando as teorias, que nos fazem viver e conviver comigo, contigo e conosco.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

CHEGA DE TEORIA!


Se o amor é sublime,
ou faz sofrer;
Se a paixão nos tira o chão,
ou nos bota pra correr;
Se sexo é bom com afeto,
Ou talvez sem ele.
Se faz querer mais,
Ou então faz nunca mais querer olhar pra trás!

Não importa!
Não importa a teoria!
Importa o dia a dia.
Importa sair desta agonia
Que só conduz a uma triste e tediosa apatia.

De nada adianta entender,
Idealizar, planejar
Não adianta tentar conter
O que em nós,
Só existe,
Simples e meramente
Para se viver!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

QUEBRANDO OS OVOS


Para fazer um saboroso omelete,
ou um apetitoso bolo de chocolate;
para dar liga à farinha que vai servir para fritar aquele delicioso peixe.
É preciso quebrar os ovos.

Quando se fala em quebrar os ovos,
se pensa em algo que não foi,
que não deu em nada,
que não vingou.

Os ovos foram quebrados!
que droga!
não servem para nada
a não ser justificar a presença da faxineira
ou então se incomodar com tanta sujeira espalhada pelo chão.

Quase nada se pode extrair desses ovos espalhados pelo chão.
Será?
Será que não pode haver beleza na mistura de cores
Nos indefinidos formatos desta mesma mistura?
Na brincadeira dos animais domésticos tentando tocar o intocável?

A mistura de cores...
o amarelo, o branco e a quase transparente clara
remetem à necessidade de ter mais cuidado,
mais carinho, mais zelo
não só com os ovos,
mas com tudo que envolve o seu manuseio.
Seus ingredientes que se amalgam nessa mistura
onde os ovos permitem surgir inúmeras guloseimas.
Assim como os ingredientes que temos dentro de nós e dos quais muitas vezes não cuidamos.
Deixamos cair, deixamos quebrar.
E aí? O que fazer?
Uma vez quebrados ou rachados
reunir e algo novo fazer surgir.
Algo belo que possa gerar novos e deliciosos quitutes.

Ou então incrementar,
Aliando à já conhecida receita,
Novos e inovados sabores.
Em lugar de se ater a ver somente a meleca dos ovos que não se deixaram ser usados

AS REGRAS DO JOGO


As regras do jogo
só são válidas quando ambas as partes estão de acordo.

As regras tradicionais de nada valem
se contrariam
o objetivo do ganhar ou perder o jogo.
Ou mesmo, quando o principal prazer,
É apenas jogar o jogo e nada mais.

Jogar entre amigos
Sem roubos,
Camuflagens
Ou escamoteamentos.

As regras de nada valem
Quando no jogo,
Se quer mudá-las para melhorar a empolgação do que se está a jogar

Mas regras são regras
E, para uns, inflexíveis, imutáveis.
Regras acabam sendo como leis,
Como as cláusulas pétreas de nossa constituição:
“imexíveis”, inamovíveis.

Mas, dependendo do jogo que se joga,
As regras de nada valem
Elas atrapalham o bom andamento do divertimento.
Podendo ser sujeitas a reformas e adequações
A fim de melhorar o prazer de quem joga
E, à medida que o jogo é jogado,
os jogadores podem e devem sugerir tais mudanças
Que podem ou não ser aceitas pelos demais.
E, havendo um consenso, tudo pode ficar mais divertido (ou não).

Não havendo consenso na mudança das regras,
o jogo emperra
E o que antes era algo lúdico, prazeroso,
Perde seu sentido.
E, com isso, todos - sem exceção - perdem o jogo.

domingo, 3 de julho de 2011

FALTA ou SAUDADE?

Sentir falta é o mesmo que sentir saudade?
O que é sentir falta?
É sentir a ausência de algo que não se tem.
É algo que dói lá no fundo da gente.
É o vazio que enche nosso peito com a sensação do nada nem ninguém.

Já a saudade, embora também doída, é doce.
A saudade é a vontade de estar perto do que se sabe que se tem.
Mesmo que longe, o sentimento da saudade aproxima o querer bem.

A falta é amarga,
é o não ter nem poder querer.
A saudade é meiga,
é o saber, cedo ou tarde, poder se permitir te querer.

ENDEREÇO CERTO

O amor não é algo para ser teorizado
Pensado, repensado e entendido.


Não é algo para ser questionado, duvidado ou mal-vivido
O amor é simplesmente algo para ser
Vivido e sentido.

“Captou” ou ainda pensa,
em lugar de sentir,
que tudo na vida precisa ser compreendido?!

sábado, 2 de julho de 2011

FRUSTRAÇÃO

Afinal, o que é frustração? Recorrendo ao "pai dos burros" - explico aos mais novos: ao dicionário - frustração é algo ruim, é um sentimento ou sensação que nos dói e machuca. Que nos faz sentir incapazes daquilo que não se completou de nossos planos.
Pode ser uma prova em que não se tenha obtido a nota esperada, um presente que não combina em nada conosco, um amor que se desencantou, uma promoção que foi repassada para um colega supostamente menos ético que nós nos julgamos ser... não importa, frustração parece sempre ser ruim, nocivo, danoso.
Apenas parece? Sim, apenas. Depende de como encaramos e sentimos aquilo que não teve o desfecho por nós esperado.
A frustração nos mostra onde deveríamos ter tomado outra atitude para evitá-la. Como talvez possamos, após ela consumada, aparar as arestas de nossos anseios para, objetivando nossos fins, sabermos melhor manusear os meios.