Quando somos crianças, fazer aniversário é sempre motivo de festa, de comemoração. As bolas coloridas, os doces que queremos roubar antes da hora, o bolo decorado em cores mil e muita, mas muita correria e alegria espalhada pelo ar...
Mas, se formos pensar, há outras crianças. Aquelas que não têm família nem teto. Como será que são seus aniversários? Alegres ou tristes? Não sabemos dizer.
À medida que vamos deixando de ser crianças, os aniversários não deixam de acontecer; mas as formas de comemorar sim. Reuniões com amigos, comemorações a dois com o ser amado ou festas agitadíssimas nos lugares da moda e da “night”; além de várias comemorações para um mesmo “niver”, são algumas opções de se comemorar.
Começamos então a perceber que o tempo passa e muitas pessoas começam a dizer que estamos envelhecendo. Já os otimistas dizem que estamos ficando mais maduros e/ou experientes (ou algo parecido).
Outro dia ouvi de um colega de trabalho que quem comemora um só aniversário várias vezes envelhece mais rápido. A sério ou por ironia o comentário feito, o fato é que discordo.
Ficamos cada vez mais velhos sim a partir do momento em que nascemos (ou seria a partir da concepção?). Ou, segundo ideias de algumas religiões, a partir do momento da Criação?). Afinal, ficamos mais velhos ou mais experientes? Mais expertos ou mais ranzinzas e cínicos? Mais maduros ou cegamente nos crendo os donos da verdade absoluta sobre tudo e sobre todos?
Muitos dizem que o importante é ter saúde; mas, e quando ela é fraca? Não devemos também comemorar? Não devemos comemorar estarmos vivos e ter a chance de lutar pela vida? De ainda estar passando pela dita vida, mesmo não sabendo ao certo pra quê?
Comemoração, commemoratione em latim, palavra ligada a memorare, que é lembrar. Daí surge o significado de fazer alguma coisa com alguém. Comemorar lembra comer - comedere - em latim, a que os romanos juntavam o prefixo "com-" (juntos), por entender que comer é um ato que se pratica preferencialmente junto com outras pessoas.
Ora, curiosidades linguísticas à parte, em nossas atuais comemorações há comida, bebida e gente; e uma coisa leva à outra. Comemorar nossos aniversários é estar junto daqueles que nos querem e nos fazem bem. É poder e querer agradecer a Deus, ou a quem quer que inventou tudo isso que chamamos vida, a chance de aniversariar; além de agradecer também a nossos queridos pais - ou, para alguns, nem tanto, pois são humanos e falhos como todos nós. Agradecer mesmo que com saúde ou nem tanto, pois nem tudo que parece ser ruim, realmente o é e tudo muda, pois nada é estanque.
Por tudo isso, eu creio que devemos comemorar todos os nossos aniversários sim! Quantas vezes forem desejadas, pois o convívio gera a troca de coisas boas e, portanto, em lugar de envelhecer mais rápido, comemorar muitas vezes nos renova. Nos dá a chance de fazer feliz a nós e ao próximo; não somente no dia de nosso aniversário, mas em todos os dias de nossa existência enquanto seres humanos.
Para algumas pessoas; aniversário, natal, dia das mães e tantas outras são apenas datas, convenções e estratégias comerciais. Respeito a opinião alheia, embora não concorde.
Mas para mim, todas estas datas são símbolos que compõem a nossa vida. E não existe vida sem agrupamento de pessoas. Tais datas, para mim, representam momentos em que temos a chance de repensar nossos atos e viver da melhor forma possível o grande mistério que é a vida ao lado daqueles de quem se gosta, mesmo que esta pessoa seja somente a nós mesmos. Quando se quer o outro bem, certamente haverá uma troca positiva. E, aniversariar inclui esse querer bem.
Portanto, viva o aniversariar!!!
Um comentário:
Gostei demais, o texto merece divulgação. Feliz Dia da Vida!
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