domingo, 13 de janeiro de 2013

VIDROS FECHADOS



Domingo de sol. Mesmo atrás das nuvens, todos os dias são de sol. Não precisamos ver as coisas para sentir o efeito delas sobre nós.

Sair de carro para gozar da Cidade Maravilhosa – ou com ela. Com os vidros fechados, claro; afinal, a cidade é realmente maravilhosa como ir a um Museu para ver suas belezas.

A praia ou o mato são alguns de seus belos quadros interativos. Num ou noutro, a paz parece estar presente, desde que não portemos nossos rastreadores. Eles nos perseguem e nos perturbam em momentos de total intimidade ou coisa parecida. Mas parece que gostamos disso. É aquela velha história de reclamar da procura insistente, para não reclamar de sua ausência.

O rastreador se manifesta. É uma amiga querendo conselhos amorosos. Fico me perguntando por  que sempre achamos que o outro vai ter a fórmula mágica para nossas dúvidas e inseguranças. Não, definitivamente não sou a pessoa que dará os melhores conselhos.

Damos aqueles conselhos que gostaríamos de ter posto em prática, mas nos faltou coragem ou bom senso. E bom senso é algo que não combina com amor.

O telefonema conseguiu desnortear meu namoro com a Cidade Maravilhosa. Melhor voltar. Os irmãos diante de Deus dos sinais me lembram de fechar os vidros. O telefonema me faz preferir sentir a perigosa brisa da cidade. A sensatez não combina com o amor.

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