quinta-feira, 31 de outubro de 2013

A GARÇA BRANCA E A POMBA DA PAZ


A garça branca e a pomba da paz. Quem disse que a pomba, por ser branca, é de paz? Isso é preconceito. Ela vive e sobrevive como todos os outros animais. A garça, por exemplo, vive intocável no meio dos lamaçais. Vive lá e não se suja não porque é limpinha, mas porque a natureza lhe brindou com um revestimento em suas penas que lhe impedem de ficar imunda. Mas a garça vive lá. É de onde tira o seu sustento. Mas, e se a garça ficar doente e esse óleo protetor se dissolver? Que artifícios para sobreviver ela irá buscar?
A luta pela sobrevivência tira a paz de qualquer bicho; seja garça, seja pomba, sejam os supostos racionais.
Atacam seus inimigos para sobreviver, conservando sua natureza que não tem nada a ver com penas, independente da conotação desta palavra. E, nessa cadeia alimentar,  vence quem é o mais forte ou o mais esperto, não necessariamente o mais violento. A violência é a arma dos fracos de espírito, Gandhi foi um bom exemplo disso. Nem pomba, nem garça; muito menos Gandhi. Somos todos humanos que muitas vezes nos esquecemos da nossa condição. Nos achamos melhores que os bichos, nos valemos deles: bicho gente e bicho bicho. Afinal, quem é mais irracional? A garça, a pomba ou o resto da humanidade que se distingue por raça, credos, condição social e tantas outras segmentações que só servem para desagregar muito mais do que somar. Talvez um dia possamos ser como Gandhi. Esse sim foi um bom exemplo.

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