sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

DEPILOÇÃO

Todos os dias ele ia à clínica de depilação. Cada dia fazia um trecho do corpo: barba, bigode, orelhas, tórax, barriga, costas, braços, mãos, pernas e coxas, pés, nádegas, virilha e... pênis.
Pênis? Sim, havia pelos em seu pênis. Era um homem de pinto peludo.
Mas... por que fazia cada trecho por dia? Medo da dor? Não, prazer. Roberto sentia imenso prazer em sentir o calor da cera precedido ao afago da esteticista a fim de acalmar-lhe os poros.
Tudo de uma vez causaria-lhe um orgasmo tão grande que temia infartar.
Não era desses homens que iam com muita sede ao pote.
E, por falar em pote, encantava-se com o brilho do pote de cera. Era como olhar um pote de mel do qual jamais poderia provar pois não era suicida.
Seu pênis era de tamanho normal, mas era admirado por sua bravura pelas atendentes que disputavam por atendê-lo. Isso massageava seu ego como se massageiam os egos dos homens disputados.
Sua companheira divertia-se com as historias e estórias por ele contadas. Ela usurfruia de seu depilador particular que lhe arrancava os pelos com os dentes. Era a forma de amar de que dispunham.
Dentes e loção após a barba para adocicar a relação.
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